sábado, 14 de novembro de 2009

Bibliotecários de esquerda, de direita, de centro, de dentro, e de fora

Refleti alguns dias se eu deveria postar o texto que segue. Enfim... postei.
Participando dos grupos de discussão na área da biblioteconomia, ficam evidentes as numerosas características do bibliotecário brasileiro, que vai do mais revolucionário ao áspero reacionário. Não só nesses grupos, mas em todos os contextos de encontro dos profissionais da informação são observadas as características análogas ao desmembramento político do estado democrático de direito, no entanto, aqui sem conotações partidárias.
A cada nova discussão, pode-se observar que há conflitos entre aqueles bibliotecários que defendem o livre acesso à informação em suas múltiplas facetas (sem analogia ao Ranganathan), e a turma que não tolera nem mesmo o incentivo à leitura que não parta de iniciativas do Bibliotecário. Na posição central ficam os bibliotecários que tentam costurar o debate, trazendo soluções às inquietudes externadas, inclusive, os quais me simpatizo, pois as propostas sempre são coerentes e viáveis. Todas essas classes de bibliotecários compõem o grupo denominado (por mim) de “bibliotecários de dentro”, que movimentam a biblioteconomia de nossa pátria amada.
Por outro lado, temos os bibliotecários inseridos em outro grupo: “os bibliotecários de fora”. São aqueles que estão desconectados do mundo, resumindo suas atuações às unidades de informação que gerenciam. A esses bibliotecários, o contato com o mundo biblioteconômico e com o cerne da sociedade da informação se resume aos e-mails ainda recebidos por colegas insistentes, ou a visitas esporádicas por algumas páginas especializadas, porém, sem participação.
Assim, o que se tem? Bibliotecários consumidores de informação que nem ao menos assumem o papel de disseminadores de informação, quiçá produtores da mesma. São os profissionais “bibliotecários de fora” que não se posicionam em suas percepções, nem de esquerda, nem de direita, nem de centro. Apenas “de fora”.
Não entro no mérito da questão referente à atuação nas unidades de informação, afinal, é para gerenciá-las que eles são designados (e pagos). O que questiono é ausência de muitos colegas que não procuram interagir com seus pares. Qual motivo para tanta omissão?
O convite é sempre feito, falta apenas a interação. Acreditem, cada opinião é válida, cada comentário é pertinente, cada participação é enriquecedora. O que se precisa cada vez mais é de uma Biblioteconomia unida, integrada, dinâmica, que só o diálogo possibilita. Aos “bibliotecários de dentro”, continuem a interagir. Aos “bibliotecários de fora”, entrem e participem. Todos agradecem!!

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