terça-feira, 10 de maio de 2011

Um olhar pessoal sobre as redes

* Texto escrito em 30/04/2011.

Queridos leitores,

Eis que estou aqui escrevendo algo após algum tempo em que me deparei apenas disseminando a informação de uma maneira bem impessoal, mas tentando ao máximo evitar essa postura tão fria.

Neste momento estou de férias, alguns dias de férias que estou podendo aproveitar e pensar, divagar. Pensar na vida, pensar nas coisas. Confesso que está sendo muito bom para mim esses dias de descanso mental. E algo que não sai de minha cabeça e que nesses dias se intensifica se resume em uma palavra: Rede. É algo que ouvimos e lemos muito, e que nos permite viajar em pensamentos diversos sobre o assunto.
Em meio ao meu descanso, não deixo de acessar a internet para ler e-mails e notícias, resolver questões pessoais, e fico vendo as redes existentes e as redes que poderiam existir se não fosse nosso defeito, nossa negligência de não conseguir criar e manter os nós e as ações necessários para a efetiva existência dessas redes.

Já faz algum tempo iniciei trâmites que necessitavam enviar documentos à Brasília-DF, cujo processo demoraria em torno de 20 dias se fosse feito à distância, via postal, e 1 dia se fosse feito pessoalmente, sem que precisasse ser o interessado a levar os documentos. Eu, em minha negligência de pensar e agir em rede, tive que arcar com todo o ônus dessa falta de pensamento colaborativo.

Recentemente precisei mais uma vez enviar documentos a Brasília, mas dessa vez pensei e agi, conseguindo a alegria de ter contato com colegas bibliotecárias de Brasília, que prontamente se solidarizaram com minha necessidade e manifestaram interesse em colaborar. Obviamente, eu não quis e nem devia abusar de tão agradável gentileza, e pedi o favor àquela que eu imaginei que seria menos incômodo de minha parte (aproveito e já faço aqui um agradecimento público à colega Maruska pela colaboração, bem como às demais colegas que se prontificaram a ajudar. Muito obrigado!). Destaco que essa colaboração me tirou o ônus de demora e burocracia no total de um mês, tendo em vista que eu iria ainda passar pela burocracia internacional.

Também faz poucos dias recebi um e-mail de uma amiga bibliotecária que não nos falávamos a alguns anos, que vive em Campo Grande-MS. Ela queria ir com uma amiga dela para conhecer a cidade de Bonito, onde moro, mas queria que eu passasse algumas dicas sobre hospedagens, pois Bonito, como as demais cidades turísticas, é muito cara na alta temporada, sendo que Bonito tem um detalhe, lota em feriados, não tendo opções de hospedagens, nem barato nem caro.

Minha casa é muito pequena, mas oferece um mínimo de conforto. Ofereci minha casa a elas, claro, como moro sozinho, estava meio bagunçada, além do que tinha passado por uns fatos pessoais ("furacão"), e não teria tempo de limpá-la até a vinda delas. Que nada, ofereci, e fiquei a madrugada limpando um pouco da casa. Quando elas chegaram, as apresentei à casa pois eu iria viajar também, estava começando minhas férias e tinha marcado compromisso com a família em outra cidade. Elas ficaram dois dias aproveitando as belezas naturais de Bonito no feriado.

Faço o mestrado na cidade de Corumbá, e sempre preciso de documentos e outras coisas de lá, que se fosse pedir formalmente, demoraria, certamente. Mas tenho uma amiga que trabalha lá, e sempre que preciso entro em contato com ela que prontamente consegue pra mim, e por facilidades que o sistema oferece, rapidamente tenho o que preciso, claro, tudo dentro da legalidade. Aqui também quero agradecer publicamente à Tânia pela constante colaboração.

Em fevereiro fiz a prova do concurso do TRT da 24ª região. Faz pouco tempo uma pessoa entrou em contato comigo por e-mail pedindo a prova e o gabarito para estudar para a prova do TRT de Mato Grosso (MT). Demorei um pouco, pois não achava a prova em minhas coisas, e a mesma já não estava disponível no sitio da FCC. Achei esses dias, digitalizei e enviei pra ele, só espero que em tempo para ele estudar.

Enfim, eu poderia ficar aqui escrevendo vários casos que aconteceram e acontecem comigo, mas encerro os exemplos. Essa é só uma amostra de quantas redes podemos formar e manter, e que nos ajudam, e muito, a vencer a burocracia do sistema, que nos onera em tempo, dinheiro, recursos, fisicamente e mentalmente. A cooperação existe, entre outras coisas, para que as coisas funcionem de acordo com nossas necessidades.

Mas para que a rede funcione é preciso de envolvimento das pessoas, que são os elementos que estão por trás dos nós que integram o sistema. Nós trabalhamos no sistema, e utilizamos o sistema. Às vezes sinto as pessoas muito isoladas, mesmo tendo diversos meios de comunicação. O custo de comunicação é minimo, temos e-mails, MSN, orkut, facebook, twitter, skype (descobri a pouco tempo), etc. Mas de que vale tudo isso se não agimos como membros dessa rede, colaboradores, integrantes.

Este blog também veio com o objetivo de subverter o sistema, de ser um elo de ligação da classe de Bibliotecários, primeiramente do Estado de Mato Grosso do Sul, mas hoje vejo que pequei quando pensei assim, sendo que a grande teia é global. Hoje, meus contatos são com pessoas de várias partes do Brasil e do mundo, e me surpreendo a cada dia com o alcance que esse blog tem, isso porque ele ainda nem é um dos top, mas já contribui de alguma maneira.

Hoje vejo mais além, cada um de nós pode ser membro, colaborador e agir em favor de várias coisas que muitas vezes emperram. Podemos agir para que as coisas a nossa volta, e em volta dos outros funcionem e ajudem em suas necessidades. O papel social das redes é algo encantador, pois traz na solidariedade o pilar de sustentação e motivação de cada dia contribuir para melhoria de uma pessoa, de um grupo, de várias pessoas, de vários grupos.