A presença no doutorado em Ciência da Informação da UNESP,
reconhecida pela sua excelência nacional e internacional, tem sido uma
experiência fantástica na minha trajetória profissional e também como
aprendizado de vida, além de contribuir para reflexões sobre este campo no
contexto brasileiro e, especificamente, em Mato Grosso do Sul, terra onde nasci
em todos os sentidos e onde mantenho minhas inquietações.
Aproveito o início de outro semestre letivo para tecer
algumas reflexões que permearam e permeiam meus pensamentos, ainda que me
considere um iniciante no campo científico da CI, porém, que sempre está
disposto a amadurecer e aprofundar os conhecimentos apropriados.
Entendo o contexto em que se deu a construção e
desenvolvimento da Ciência da Informação no Brasil e as mazelas que ela ainda
tenta superar. Sei da polarização que
sempre seu deu nas mais variadas esferas no que diz respeito ao sudeste do
país.
No entanto, há de se buscar a superação de alguns fatos,
como a ainda insipiente inserção efetiva do centro-oeste brasileiro, com exceção
de Brasília, nos debates e contribuições para o campo da CI.
No que se refere ao incipiente e ainda insipiente
desenvolvimento da CI em Mato Grosso do Sul, é fundamental refletirmos sobre
que ações que precisamos realizar para ver o avanço da área no Estado. Temos
verificado expansões significativas e de alto nível no norte e nordeste
brasileiro, tanto no âmbito da graduação quanto na pós-graduação. E nós, o que
temos?
Não estou aqui me referindo à classe ou categoria
profissional, enquanto bibliotecário que também sou, pois esta é só mais uma
parte do todo. Estou me referindo a um contexto maior, mais amplo, pautada na
interdisciplinaridade que é da natureza da CI, idéia que coaduno. Estou me
referindo aos diversos segmentos que poderiam estar articulados no
desenvolvimento da CI sul-mato-grossense.
Mas a questão que eu alimentava como sendo primordial para
tudo isso foi confirmada nas respostas das professoras Marisa Bräscher e Lena
Vania Pinheiro durante a aula inaugural do PPGCI da UNESP, ainda no primeiro
semestre, sobre a mesma pergunta que ilustra o titulo deste texto. E as
respostas das eminentes professoras foi a mesma: investir em formação de
pesquisadores em CI no Estado.
Obviamente que existem outras frentes a se investir, como a concretizar
a criação do curso em uma universidade pública, mas o ponto-chave que
desencadeia todo o resto se fixa na formação de pesquisadores no âmbito da
pós-graduação stricto sensu, ou seja, mestrado e doutorado em Ciência da
Informação. Podem-se considerar áreas afins, sem dúvida, mas penso, num
primeiro momento, até a consolidação da área, que seja, sobretudo, massivamente
em Ciência da Informação.
Neste âmbito, destaco um feito importante que foi o Minter
(Mestrado Interinstitucional) entre a UnB e a UNIDERP entre os anos de 2004 a
2006, momento em que se titulou 20 mestres em Ciência da Informação no Estado.
Também ocorreu e ocorre a busca individual de profissionais que vão para fora
do Estado realizar esta formação, a exemplo deste que vos escreve e demais
desbravadores inversos, que saem do Oeste rumo ao Sudeste do país em busca
dessas possibilidades.
O desafio é grande, mas nunca foi fácil, por que haveria de
ser agora? Precisamos desenvolver e expandir a Ciência da Informação em Mato
Grosso do Sul.
Artigo muito interessante e esclarecedor, sem dúvida é muito importante investir na formação de pesquisadores que vão a ajudar no desenvolvimento da disciplina na região.
ResponderExcluirOlá Edgar!
ResponderExcluirGrato pela visita e pelas palavras.
Um abraço,
Elder.