quarta-feira, 29 de julho de 2015

O que falta para a Ciência da Informação de Mato Grosso do Sul?

A presença no doutorado em Ciência da Informação da UNESP, reconhecida pela sua excelência nacional e internacional, tem sido uma experiência fantástica na minha trajetória profissional e também como aprendizado de vida, além de contribuir para reflexões sobre este campo no contexto brasileiro e, especificamente, em Mato Grosso do Sul, terra onde nasci em todos os sentidos e onde mantenho minhas inquietações.

Aproveito o início de outro semestre letivo para tecer algumas reflexões que permearam e permeiam meus pensamentos, ainda que me considere um iniciante no campo científico da CI, porém, que sempre está disposto a amadurecer e aprofundar os conhecimentos apropriados.

Entendo o contexto em que se deu a construção e desenvolvimento da Ciência da Informação no Brasil e as mazelas que ela ainda tenta superar.  Sei da polarização que sempre seu deu nas mais variadas esferas no que diz respeito ao sudeste do país.

No entanto, há de se buscar a superação de alguns fatos, como a ainda insipiente inserção efetiva do centro-oeste brasileiro, com exceção de Brasília, nos debates e contribuições para o campo da CI.

No que se refere ao incipiente e ainda insipiente desenvolvimento da CI em Mato Grosso do Sul, é fundamental refletirmos sobre que ações que precisamos realizar para ver o avanço da área no Estado. Temos verificado expansões significativas e de alto nível no norte e nordeste brasileiro, tanto no âmbito da graduação quanto na pós-graduação. E nós, o que temos?

Não estou aqui me referindo à classe ou categoria profissional, enquanto bibliotecário que também sou, pois esta é só mais uma parte do todo. Estou me referindo a um contexto maior, mais amplo, pautada na interdisciplinaridade que é da natureza da CI, idéia que coaduno. Estou me referindo aos diversos segmentos que poderiam estar articulados no desenvolvimento da CI sul-mato-grossense.

Mas a questão que eu alimentava como sendo primordial para tudo isso foi confirmada nas respostas das professoras Marisa Bräscher e Lena Vania Pinheiro durante a aula inaugural do PPGCI da UNESP, ainda no primeiro semestre, sobre a mesma pergunta que ilustra o titulo deste texto. E as respostas das eminentes professoras foi a mesma: investir em formação de pesquisadores em CI no Estado.

Obviamente que existem outras frentes a se investir, como a concretizar a criação do curso em uma universidade pública, mas o ponto-chave que desencadeia todo o resto se fixa na formação de pesquisadores no âmbito da pós-graduação stricto sensu, ou seja, mestrado e doutorado em Ciência da Informação. Podem-se considerar áreas afins, sem dúvida, mas penso, num primeiro momento, até a consolidação da área, que seja, sobretudo, massivamente em Ciência da Informação.

Neste âmbito, destaco um feito importante que foi o Minter (Mestrado Interinstitucional) entre a UnB e a UNIDERP entre os anos de 2004 a 2006, momento em que se titulou 20 mestres em Ciência da Informação no Estado. Também ocorreu e ocorre a busca individual de profissionais que vão para fora do Estado realizar esta formação, a exemplo deste que vos escreve e demais desbravadores inversos, que saem do Oeste rumo ao Sudeste do país em busca dessas possibilidades.

O desafio é grande, mas nunca foi fácil, por que haveria de ser agora? Precisamos desenvolver e expandir a Ciência da Informação em Mato Grosso do Sul.