sexta-feira, 17 de julho de 2009

CBBD 2009: 1º diálogo (ou monólogo): Os FRBR

Como mencionado, acredito que falar do Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação (CBBD) que aconteceu em Bonito nesse mês de julho seja algo difícil se for expressar em poucas linhas.
Por isso achei por bem dividir em momentos para considerações sobre o evento. Diante de tantas discussões, fatos, curiosidades e tecnologias aos montes, procurarei expor cada um desses fenômenos que compuseram o CBBD 2009.
Para começar, nada mais natural que seguir os acontecimentos cronologicamente desses dias de evento. Abordando primeiramente o workshop que participei, cuja exposição se deu sobre os FRBR – Functional Requeriments for Bibliographic Records, exposto pela Prof. Eliane Mey (UFSCar). Ótima apresentação daquela que estudei nos bancos da Biblioteconomia do IESF, mas que pouco me aprofundei no debate da representação bibliográfica, e que me exigiu buscar tal compreensão após erros seguidos em concursos públicos.
Voltando aos FRBR, Mey mencionou que o objetivo dos FRBR se constitui na mudança de olhar que se tem sobre a catalogação, onde se buscou compatibilizar os padrões, isso na década de 90. Tendo em vista que a representação bibliográfica para o processo de comunicação pretende individualizar as diferenças e reunir as semelhanças, esse conceito (os FRBR) tende a trazer um debate em que se reafirma efetivamente que o foco está no usuário, e para ele se faz a descrição, e para ele está voltada a preocupação de uma descrição eficiente.
Ao trazer as tarefas do usuário, segundo os FRBR, as quais são listadas como: encontrar, identificar, selecionar e obter, sente-se e percebe-se que a lógica está entre o sujeito e a informação, também ligado a lógica do “entidade/ relacionamento”.
Salve a aula de banco de dados na faculdade. Nessa hora muitos penaram em entender o que a Mey falou, aliás, até ela sentiu dificuldade. Mas como a disseminação da informação é algo maravilhoso, e mais ainda o compartilhamento do conhecimento, a oportuna explicação do Hubner ajudou a clarear as mentes ali presentes.
Não vou me ater às questões das entidades dos FRBR, pois há muito do que se falar, e para resumir um workshop de três horas é preciso cortar algumas especificidades. Caso queira algo mais especifico, deixe um comentário.
Mey trouxe também os FRAD, desdobramentos do FRBR, ou como ela chamou, os “filhotes” dos FRBR. Esse ponto merece ao menos descrever as tarefas do usuário, que são: encontrar, identificar, contextualizar e justificar. Destaco esse último, pois foi uma “tapa” quando ouvi a professora lembrando a questão do “chute” que se faz na hora da descrição bibliográfica. A sensação foi de estar falando diretamente a mim, e é verdade. Justificar uma escolha pode ser a diferença entre o sucesso ou fracasso de uma busca do seu usuário, ou de você mesmo enquanto usuário. Utilizar determinado ponto de acesso simplesmente porque acha que é o correto se torna a ação de perda de informação (e conhecimento) mais prática que se faz em uma unidade de informação.
Mas vamos continuar. A mais o que se falar...
Após tal explanação, partiu-s para os FRSAD, cujas tarefas dos usuários se constituem em: encontrar, identificar, selecionar e explorar (navegar, por que não?!). Nele se tem a perspectiva de três tipos de usuário, aliás, três perspectivas, em que se tem o criador dos bancos de dados, os utilizadores dos mesmos (estamos aqui), e os usuários em geral (estamos aqui também, às vezes).
Ao destacar as entidades do FRSAD, as quais não irei aprofundar no debate, senti que a solução do problema estava justamente em se esquecer essas grandes discussões e voltar a essência, ao começo, ponto de partida da etimologia (ou epstemologia) sobre “sujeito / característica” ou “entidade / relacionamento”. Só a titulo de menção, têm-se como entidades do FRSAD “Thema” e “Nomen”. Isso mesmo, nomenclatura inicial, que não complica nem distorce.
Por fim, chegamos ao RDA – Resource Description and Access, ou Descrição e Acesso do Recurso, cuja missão “Columbus” (ou anglo-saxônica) busca emplacar aquilo que o AACR3 não fez: aperfeiçoar o AACR2. Mey mencionou as pouquíssimas alterações que se tem no RDA, além de destacar a inserção do FRSAD e utilização do vocabulário do FRBR. Trouxe por fim o resultado de tantos debates em torno dessa nova(?) proposta, chamado “Declaração de Princípios”, em substituição aos “Princípios de Paris”.
Diante disso, o que se tem que considerar sobre os FRBR é: pregar e sempre lembrar sua essência. Para quem é tudo isso que faço em minha sala de processamento técnico? Como atender melhor as necessidades dos meus usuários? Como utilizo as novas tecnologias, com foco na recuperação da informação?
Enfim, sair com esses e outros questionamentos é sinal de que o workshop realmente valeu à pena.
Até a próxima discussão...

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