* Texto escrito em 30/04/2011.
Queridos leitores,
Eis que estou aqui escrevendo algo após algum tempo em que me deparei apenas disseminando a informação de uma maneira bem impessoal, mas tentando ao máximo evitar essa postura tão fria.
Neste momento estou de férias, alguns dias de férias que estou podendo aproveitar e pensar, divagar. Pensar na vida, pensar nas coisas. Confesso que está sendo muito bom para mim esses dias de descanso mental. E algo que não sai de minha cabeça e que nesses dias se intensifica se resume em uma palavra: Rede. É algo que ouvimos e lemos muito, e que nos permite viajar em pensamentos diversos sobre o assunto.
Em meio ao meu descanso, não deixo de acessar a internet para ler e-mails e notícias, resolver questões pessoais, e fico vendo as redes existentes e as redes que poderiam existir se não fosse nosso defeito, nossa negligência de não conseguir criar e manter os nós e as ações necessários para a efetiva existência dessas redes.
Já faz algum tempo iniciei trâmites que necessitavam enviar documentos à Brasília-DF, cujo processo demoraria em torno de 20 dias se fosse feito à distância, via postal, e 1 dia se fosse feito pessoalmente, sem que precisasse ser o interessado a levar os documentos. Eu, em minha negligência de pensar e agir em rede, tive que arcar com todo o ônus dessa falta de pensamento colaborativo.
Recentemente precisei mais uma vez enviar documentos a Brasília, mas dessa vez pensei e agi, conseguindo a alegria de ter contato com colegas bibliotecárias de Brasília, que prontamente se solidarizaram com minha necessidade e manifestaram interesse em colaborar. Obviamente, eu não quis e nem devia abusar de tão agradável gentileza, e pedi o favor àquela que eu imaginei que seria menos incômodo de minha parte (aproveito e já faço aqui um agradecimento público à colega Maruska pela colaboração, bem como às demais colegas que se prontificaram a ajudar. Muito obrigado!). Destaco que essa colaboração me tirou o ônus de demora e burocracia no total de um mês, tendo em vista que eu iria ainda passar pela burocracia internacional.
Também faz poucos dias recebi um e-mail de uma amiga bibliotecária que não nos falávamos a alguns anos, que vive em Campo Grande-MS. Ela queria ir com uma amiga dela para conhecer a cidade de Bonito, onde moro, mas queria que eu passasse algumas dicas sobre hospedagens, pois Bonito, como as demais cidades turísticas, é muito cara na alta temporada, sendo que Bonito tem um detalhe, lota em feriados, não tendo opções de hospedagens, nem barato nem caro.
Minha casa é muito pequena, mas oferece um mínimo de conforto. Ofereci minha casa a elas, claro, como moro sozinho, estava meio bagunçada, além do que tinha passado por uns fatos pessoais ("furacão"), e não teria tempo de limpá-la até a vinda delas. Que nada, ofereci, e fiquei a madrugada limpando um pouco da casa. Quando elas chegaram, as apresentei à casa pois eu iria viajar também, estava começando minhas férias e tinha marcado compromisso com a família em outra cidade. Elas ficaram dois dias aproveitando as belezas naturais de Bonito no feriado.
Faço o mestrado na cidade de Corumbá, e sempre preciso de documentos e outras coisas de lá, que se fosse pedir formalmente, demoraria, certamente. Mas tenho uma amiga que trabalha lá, e sempre que preciso entro em contato com ela que prontamente consegue pra mim, e por facilidades que o sistema oferece, rapidamente tenho o que preciso, claro, tudo dentro da legalidade. Aqui também quero agradecer publicamente à Tânia pela constante colaboração.
Em fevereiro fiz a prova do concurso do TRT da 24ª região. Faz pouco tempo uma pessoa entrou em contato comigo por e-mail pedindo a prova e o gabarito para estudar para a prova do TRT de Mato Grosso (MT). Demorei um pouco, pois não achava a prova em minhas coisas, e a mesma já não estava disponível no sitio da FCC. Achei esses dias, digitalizei e enviei pra ele, só espero que em tempo para ele estudar.
Enfim, eu poderia ficar aqui escrevendo vários casos que aconteceram e acontecem comigo, mas encerro os exemplos. Essa é só uma amostra de quantas redes podemos formar e manter, e que nos ajudam, e muito, a vencer a burocracia do sistema, que nos onera em tempo, dinheiro, recursos, fisicamente e mentalmente. A cooperação existe, entre outras coisas, para que as coisas funcionem de acordo com nossas necessidades.
Mas para que a rede funcione é preciso de envolvimento das pessoas, que são os elementos que estão por trás dos nós que integram o sistema. Nós trabalhamos no sistema, e utilizamos o sistema. Às vezes sinto as pessoas muito isoladas, mesmo tendo diversos meios de comunicação. O custo de comunicação é minimo, temos e-mails, MSN, orkut, facebook, twitter, skype (descobri a pouco tempo), etc. Mas de que vale tudo isso se não agimos como membros dessa rede, colaboradores, integrantes.
Este blog também veio com o objetivo de subverter o sistema, de ser um elo de ligação da classe de Bibliotecários, primeiramente do Estado de Mato Grosso do Sul, mas hoje vejo que pequei quando pensei assim, sendo que a grande teia é global. Hoje, meus contatos são com pessoas de várias partes do Brasil e do mundo, e me surpreendo a cada dia com o alcance que esse blog tem, isso porque ele ainda nem é um dos top, mas já contribui de alguma maneira.
Hoje vejo mais além, cada um de nós pode ser membro, colaborador e agir em favor de várias coisas que muitas vezes emperram. Podemos agir para que as coisas a nossa volta, e em volta dos outros funcionem e ajudem em suas necessidades. O papel social das redes é algo encantador, pois traz na solidariedade o pilar de sustentação e motivação de cada dia contribuir para melhoria de uma pessoa, de um grupo, de várias pessoas, de vários grupos.
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Oi Elder, quando paramos para pensar na grande Rede percebemos o quanto ela está inserida em nossas vidas. Poderia estar muito mais se usássemos todas as possibilidades que ela nos permite. Mas em muitas ocasiões, bem lembrado por você, se não houver disposição do outro em ser solidário, em disposição para o espírito colaborativo e de compartilhamento, suas amigas teriam tido mais despesas com o passeio, você com as burocracias que precisava resolver, seu amigo sem a chance de algo a mais para subsidiar seus estudos, enfim, facilidades e otimização de tempo, dinheiro, praticidades...
ResponderExcluirTânia,
ResponderExcluirÓtima colocação e desculpe a demora em responder. E desculpe a demora pela redação do MPU,rs. Mas enviei.
De fato, a disposição, o desprendimento em colaborar é um ponto motivador para a prática colaborativa. É claro que dependendo do tipo de aproximação, do tipo de troca, pode haver receio de algo, pois somos humanos, temos nossos medos. Mas também podemos avaliar bem a situação e ver em que medida podemor interagir com o outro.
Ainda bem que de alguma maneira as coisas fluem.
Em breve, nossa integrante da rede indo para o leste, vinda do oeste.rs. Sucesso!
Abraços,
Elder Lopes